Era o quinto dia consecutivo de chuva intermitente, e Augusto mexia vagarosamente o seu café. A colher andava em círculos, mas isso não representava nada; apenas uma colher, apenas mais um dia nublado. A ausência do sol não diminuía o brilho dos acontecimentos.
O nome completo – o seu nome! –, ali, na lista do vestibular, nunca parecera tão bonito. Augusto Abbott – História. Sua paixão sempre foram os livros repletos de datas e fatos, e seus ídolos iam de Júlio César a Martin Luther King. Aqueles caras haviam feito a diferença, e agora chegara a sua oportunidade de fazê-lo.
Ao contrário do que alguns poderiam pensar, Augusto não estava preso ao passado; conhecia seus detalhes e fazia uso disso para guiar seus passos no presente. "A História pertence ao ontem; eu, ao hoje" - era o que sempre dizia. Sentia o calor de todas as possibilidades que lhe rodeavam, sentia o calor de todos os tempos, sentia o calor da vida lhe envolver. Tinha o olhar sonhador. Seu café havia esfriado, mas sua mente estava fervendo.
15.9.09
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