Emersa em águas
A cada dia mais rasas
Sou feito esponja
E me alimento do líquido inodoro
Com sabor de expectativa otimista
Deitaram-me nessa poça
E acostumei-me a sobreviver
Sorvendo diariamente pequenas doses
Temendo consumir o único fluido
Capaz de me manter longe da morte quando acordada
Como se fosse uma pequena chama
A qual alimento com cuidado
- meticulosamente
Aqueço-me e afasto o gélido pesar
Do eterno nunca mais
Aconchego-me nessa bolha
Que – como se encantada – possui um sonoro silêncio
Impenetrável por sons alheios que,
Tal qual fagulhas, dilaceram-me
E enegrecem minha espera - ânsia.
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